Feito Fogo

Oi Book Lovers!

Mexendo no meu armário achei uma estória que escrevi a um tempinho e que acho bonitinha, queria então compartilhar com vocês apesar de ser grande, afinal eu fiz a mão e não especificamente para o Blog...
Dêem uma olhadinha, ela é romântica então nada de destruição nem sobrenatural aqui hoje =D





  Feito Fogo 
Brand não queria voltar a sua cidade natal. As lembranças  da infância feliz fora ofuscada pela adolescência, sua fase patinho feio havia durado mais do que poderia suportar. Porém a gota d'água aconteceu em sua formatura , ela ainda sentia o gosto acre  da desilusão  e da rejeição clara. Recolhendo suas coisas, do banco do avião Brand , fez o que sempre fazia , escondeu suas emoções e se encaminhou para seu destino
 A cidade não havia mudado quase nada, um posto de gasolina a mais e um supermercado, eram as mudanças mais drásticas. O nervosismo se apoderou de Brand, mas o sentimento não se elevou a tona, pois  em poucos segundos  o táxi parou em frente a casa que costumava chamar de lar. As coisas ali também não haviam mudado. As manchas de sua infância, o balanço que a consolava... Parou de repente, não queria mais pensar nisso, o passado assim estava em outro tempo.
Subiu ao quarto de sua mãe, ela estava entre vários travesseiros, seu corpo mais frágil que o normal, sua pele outrora rosada era agora um branco marfim com manchas negras envolta dos olhos verdes opacos. O cheiro do quarto era um misto de medicamentos e doença. Brand não sabia muito bem o que fazer, optou então por ir arrumar suas coisas em seu antigo quarto. Ao sair se deparou com a enfermeira que seu pai havia contratado e a olhando nos olhos ela disse inesperadamente:
 -Ela está na fase terminal.
Brand não falou nada, ela já sabia disso. Ela havia vindo só para passar os últimos dias e assim quem sabe tirar a culpa que a consumia.
Após arrumar suas coisas Brand percebeu que não havia muita comida em casa, ela teria de ir ao supermercado. A última coisa que ela queria fazer, já que em cidadezinhas o principal ponto de encontro é justamente as redes Smart chiques que haviam tomado os lugar das mercearias. Correndo para acabar logo com a tortura e se Deus a ajuda-se não encontrar ninguém conhecido, ela nem reparou no que pegava e por onde ia. Não foi surpresa quando ela se chocou com um outro carrinho. Logo levantou seus olhos para  se desculpar, porém parou sem palavras, o motivo de sua fuga anos atrás estava ali parado em sua frente, com todo os seus um metro e oitenta bem torneados, seus cabelos loiros e olhos profundamentes azuis. Ela forçou seu corpo inteiro a ficar no lugar e não sair correndo, como queria. Lembrou-se que não tinha mais 17 anos.
 - Me desculpe... Eu te conheço?
Brand se sobresaltou, não imaginava que ele podia sequer lembrar dela.
 -Sim? Quero dizer, sim. Estudamos juntos.    
Os olhos dele pareceram desfocar um pouco e então de súbito se fixaram nela.
 -Sim. Me lembro. Brand... Isso?
 - Isso. E você é Mike...
Ele iria falar algo, mas uma loira alta e deslumbrante apareceu  atrás dele e o chamou.
 - Me desculpa, preciso ir.
Não esperou uma resposta e se afastou. Brand terminou as compras e chegou em casa aerea. Não podia acreditar que ele ainda a afeava tanto.
Uma semana se passou e sua mãe havia piorado. Era uma sexta a noite e ela tinha ido dar boa noite a ela. A segurando bem perto sua mãe confessou chorando:
 - Brand, eu nunca te entendi e confesso que tinha vergonha de você. Não se ofenda minha querida. Seu pai havia me deixado e você era a única em que eu podia por a culpa além de mim mesmo. Você não era perfeita, falava nas horas erradas, muito branca, muito ruiva e estranha. Mas isso foi o que me deixou doente e quando você foi embora vi que havia perdido uma coisa muito importante, não quero ir te deixando achar que tem culpa.
De todas as coisas que Brand esperava ouvir, essa nem passava perto. E não havia o que falar.
 -Quando você foi embora, eu sei que devia ter feito algo, mas estava assustada e sabia que você conseguiria seguir sozinha. Você sempre conseguiu, sempre foi forte.
Brand não podia se segurar e a medida que a ouvia chorava e a abraçava mais forte.
 - Eu te amo minha querida, por mais que isso não mude nada do que aconteceu, ainda sim é a verdade.
 - Não... Não muda nada, mas é o bastante.
Brand não soube quanto tempo ficou ali, agarrada ao corpo de sua mãe, mas sabia que apesar da dor laçante que a queimava o sentimento de alivio também a lavava.
Após  horas a enfermeira veio ao quarto e logo a separou do corpo e ela correu. Não fugia, mas procurava algo para aliviar a dor. Viu um bar e entrou, mirou o balcão e ao chegar pediu uma cerveja. Ela desceu gelada e real.
Um ar quente se instalou em sua nuca e ela se surpreendeu, virando se deparou com Mike, a única que pessoa ela estava morrendo pra ver e matando pra esquecer . Olhando em seu rosto dava pra ver que ele ira fazer alguma piada, porém ele viu a expressão de seu rosto e seus olhos mostraram preocupação.
  -Há algo errado?
Brand considerou se esconder, como sempre, mas estava desgastada e perdida.
  - Sim! Tudo está errado desde quando lhe vi!
Ele não esperava por isso, no entanto não retrocedeu e a abraçando começou a sussurrar coisa sem nexos.
 -Ela morreu. - Ele não disse nada.- Eu não posso mais, essa cidade essa cidade vai me matar.
Ele a apertou mais forte e a olhando nos olhos perguntou:
 - Aquilo realmente marcou não foi? Eu era um idiota me desculpe. Só percebi o que perdi, o que fiz quando já era muito tarde. E oh meu Deus... Sinto tanto por sua mãe.
Ela não podia falar nada, então fez o que sempre quis, o beijou. Beijo que começou casto e se tornou ardente como um combate de dentes e línguas.
- Me desculpe. Sua namorada...- Percebendo o olhar de de desentendimento ela esclareceu- A super loira do supermercado.
- Ela não é minha namorada, é só a minha prima. - E voltou a beija-la, mas afastou a boca um momento para dizer - Espera vamos  sair daqui, sua roupa não está muito de acordo com o lugar.
 Brand olhou então para baixou e percebeu que estava de pijama. Quando chegaram ao carro de Mike ele se virou para ela.
 - Sempre achei seu nome, sua descrição. Fogo... Seu cabelo vermelho sempre foi interessante.
 -E esquisito...
 - Eu era um idiota, apaixonado e com vergonha. Mas a gente cresce e realiza nossos sonhos. Como agora realizei o sonho de saber se seu beijo fazia jus a seu nome também... E sim, agora sei que é como fogo.
E dizendo isso ele a beijou. Ela já não se sentia perdida, ela pertencia a ele e ele a ela. Ela amava feito fogo. 
Espero que tenham lido tudo.... E quem sabe até gostado =D

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